Se contentar com o pouco não te faz melhor do que ninguém. Talvez você só seja a irmã mais velha.
Essa carta aberta tem o intuito de trazer dores e imparcialidades que tenho comigo mesma, não espere coisas bonitas.
Ser a irmã mais velha sempre tem suas vantagens mas sempre esquecem de ressaltar as desvantagens, sei que sempre vou ser o exemplo para os meus irmãos, a que nunca deu trabalho, a que sempre tentava fazer todos brincarem, a que registra os momentos da família… mas será tudo isso mesmo? Será que também não existe o lado ruim? A pressão familiar , a cobrança de ser sempre “perfeita” e “diferente dos outros”, dar trabalho demais depois que viu que a vida não era só Barbies e desenhos da TV cultura. E acredite, eu demorei muito para perceber isso.
Vivemos em um mundo cheio de influência, nada de cria mais, não existe originalidade nenhuma nas pessoas, somos apenas alterações daquilo que consumimos, que convivemos e aprendemos durante a vida. Não ache que você é diferente das outras pessoas por conta de algo em específico, todos nós terminaremos no mesmo lugar. Mas isso não importa, pois a vida é bela demais para pensar na morte, vejamos por esse lado, do que adianta pensar que vai morrer sendo que mal teve tempo de viver de verdade?
Andei pensando nisso depois que vi alguns tweets falando sobre como o suicídio vem sendo romantizado. Existem casos mais complicados, é claro, mas eu acho muito estranho ver garotas de 12 anos pensando em morrer pois o “namorado” terminou com elas. O suicídio é um problema sim, mas eu particularmente acho mais doentio ver pessoas achando que isso é a única saída para a solução de problemas fúteis! Muitas pessoas sofrem com as imparcialidades da vida, mas te garanto que o seu relacionamento quando você tem 12 anos, não era um deles.
Ultimamente a vida vem sendo monótona. Todos os dias sendo iguais, nada de novidade ou de mudança. Eu reclamava horrores do ensino médio, mas lá, pelo menos, os dias eram mais tranquilos e leves. Atualmente estou no processo de tentar entrar na faculdade, ou seja, cursinho, eu particularmente não esperava isso, visto que ano passado eu fazia loucuras para estudar o suficiente para passar no vestibular. ( Muitas crises existenciais, idas no hospital por falta de cuidado e muitos outros problemas). Para mim, essa experiencia ainda não está tão boa, visto que não tenho facilidade em socializar por medo de ser julgada.
Quando iremos aprender a viver sem se machucar sem perceber?
Tenho medo de levar a vida de maneira intensa, meu jeito de ser não é um dos mais toleráveis, não sou uma pessoa autêntica totalmente, tenho meus defeitos, e reconheço, mas as vezes esqueço que tudo tem limite, não consigo separar as coisas da melhor maneira para mim. Sempre penso nas coisas de maneira complicada, levo na base do ferro e fogo, e não me importo no que isso pode resultar em mim, por isso já me meti em muitas situações de vida ou morte, mas pelo menos sei que não estou me contentando com o pouco, com o suficiente, eu sempre vou além, não importa o que isso me custar.
Não quero normalizar isso, pois tenho noção o quão isso me afeta. Mas não consigo mudar algo que moldei tão perfeitamente em mim, esse é o principal resquício que o papel de irmã mais velha me faz, talvez isso seja sinal para procurar uma psicóloga? Não sei, e enquanto tudo não se resolver, não estarei me contendo com o pouco que conquistei.


